Por Ricardo Flaitt (imprensa Sindnapi) - O Governo Federal, por meio de Decreto, estabeleceu a formação de um Grupo de Trabalho para discutir e apresentar uma política de valorização do Salário Mínimo, que foi praticada até 2019.
Sem um mecanismo de valorização, o Mínimo ficou quatro anos sendo reajustado apenas com a reposição das perdas inflacionárias anuais, sem aumento real. “Isso promoveu um achatamento do poder aquisitivo, que já era insuficiente, principalmente para aposentados, que tem gastos específicos, como medicamentos”, ressaltou João Inocentini, presidente nacional do Sindnapi – Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos.
Segundo estudo desenvolvido pelo Sindnapi, em parceria com o economista Miguel Huertas, com base nos dados do PNAD e o Boletim Estatístico da Previdência INSS, 60,2 milhões de brasileiros e suas famílias têm seu rendimento atrelado ao Salário Mínimo. Ou seja, dos 215 milhões de habitantes no Brasil, cerca de 28% dependem dos atuais R$ 1.320,00 para sobreviver.
Os 60,2 milhões de brasileiros que vivem com o Piso Nacional estão subdivididos em:
24,80 milhões são aposentados e pensionistas do INSS;
18,37 milhões são empregados do setor privado;
12,29 milhões são trabalhadores por conta própria;
4,30 milhões de domésticos
0,40 milhão de empregadores
Os dados apontam os dependentes diretos do Salário Mínimo, sem considerar os dependentes familiares desta renda, fator que amplia significativamente o impacto do Salário Mínimo nos lares brasileiros.
APOSENTADOS E PENSIONISTAS
O impacto é maior no segmento social de aposentados e pensionistas vinculados ao INSS, em que cerca de 70% recebem um Salário Mínimo de benefício.
Inocentini enfatiza: “Não há como assegurar uma vida digna com uma renda baixa, ainda mais depois de quatro anos sem aumento real e os preços galopantes com a pandemia. É urgente uma política de valorização do Mínimo, por uma vida melhor aos aposentados e também para aquecer a economia, uma vez que todo dinheiro é injetado nos comércios locais em todo o Brasil.”