Mesmo com 20 milhões de brasileiros na extrema miséria, recorrendo a comer ossos para garantirem as calorias mínimas à sobrevivência, devido à alta da Selic, as instituições financeiras do Brasil querem aumentar as taxas de juros dos empréstimos consignados.
Os quatro maiores bancos brasileiros registraram, no 3º trimestre de 2021, um lucro líquido de R$ 23 bilhões, resultado 32,2% maior que o mesmo período no ano passado.
Como demonstram os números, as crises sanitária e econômica não afetaram o mercado financeiro. Ao contrário, eles seguem engordando seus dividendos. No entanto, mesmo com lucros estratosféricos, buscam ampliar os lucros.
Não bastasse o alto endividamento dos aposentados, pensionistas e idosos, agora os representantes do mercado querem esfolá-los propondo aumento da taxa de juros dos empréstimos consignados junto ao Conselho Nacional da Previdência.
Os empréstimos consignados, que registram menores taxas de juros, e não menos lucrativos às instituições financeiras, tornaram-se arrimos sociais para a população idosas e seus familiares, uma vez que o País atravessa um período de grande desemprego e precarização do trabalho e das condições de vida.
Segundo pesquisa do Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, há 37,7 milhões de idosos, sendo que 75% deste grupo participa diretamente do orçamento familiar.
O sonho do mercado sempre foi materializar a “mão invisível”, do liberal Adam Smith, propondo que os juros se autorregulem, fato que, na prática, abriria o caminho para um capitalismo ainda mais selvagem.
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, compreende a necessidade de ajustes das taxas, desde que oscilem conforme a Selic, mas repudia o que os bancos estão tentando fazer neste momento de crise, buscando dobrar ou até triplicar a margem de juros
O Capital não tem pátria, não tem identidade, não tem ideologia, não tem alma, só visa o lucro; no entanto, por mais voraz que seja, há um limite, um patamar mínimo de civilidade e humanidade.
João Inocentini | (11) 9 8141-7129
Presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos